sábado, 10 de setembro de 2011

São tantas emoções...


Hoje eu tô tão emotiva...

Deve ter sido o show do Rei! Parafraseando a Bebel (“Que boa ideia esse casamento primaveril em pleno outono!”), que boa ideia o show de fim de ano do Rei em pleno mês de setembro!

Mas não, não foi o show do RC que me deixou assim. Foi Salvador, a minha câmera fotográfica, a Clarice dormindo, os hormônios e uma saudade que constantemente me toma, porque já faz parte de mim.

Acho que é isso, fazer gente e lidar com gente é isso aí.

O fato é que hoje comecei um curso massa de fotografia e descobri que a minha pobre câmera híbrida pode ser um instrumento útil! E o curso nem vai me custar 700 pilas! Hahai...

E, como boa parte da minha experiência com tecnologia, a parte bacana foi descobrir que o que era indecifrável é plenamente possível de ser executado por essa biscuiteira que vos escreve! Ah, e como eu adoro tecnologia!

E aí, depois de ganhar asas pra fotografar, eu vi um monte de amigos do país afora dizendo o quanto é bom estar em Salvador e eu fiquei com inveja! Uma SUPER inveja! Porque Salvador é minha terra natal por adoção e, ainda por cima, um monte de gente querida tá reunida lá. Ai, ai, o mar...

Mas quando a gente faz gente, a gente tem que aprender a não ter esses sentimentos negativos que vão servir de mau exemplo. E eu engoli a inveja com coca-cola, que sempre me deixa feliz!

Então descobri que amanhã é Dia de Rafa, bebê querido, da Su e do Felipe, também queridos, e ela – A su – escreveu um texto sobre esse primeiro ano de vida do Rafa que me fez chorar. Aí o negócio desandou. Fiquei emotiva. Pensando no quanto é especial fazer gente e no quanto sou fascinada por essa mágica da vida, e em quantas barrigas posso fotografar com minha pobre câmera híbrida, de vários casais que eu posso fazer de massinha, pra ganhar um dindin e curtir tranquilamente a gentinha que eu fiz e que agora dorme lindamente aqui do meu lado.

Ah, velho, eu sou muito feliz!!!

Observação importantíssima: por mais incrível que pareça, a foto aí em cima é minha :D. O pôr-do-Sol mais lindo de todos, visto lá de cima do Farol da Barra (Salvador - Bahia - Brasil).

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Escrito em 11/04/2011



Semana passada viajei pela primeira vez com a Clarice. Passamos oito dias fora de casa; fomos a São Paulo para eu fazer o curso de Educação Perinatal.
O curso em si foi excelente, mas nada foi melhor que tudo o que Clarice e eu descobrimos juntas.

Clarice não estranhou em nada a viagem de avião e se comportou muito bem durante a ida. Na volta deu umas resmungadas por não encontrar posição pra dormir, mas sem despertar completamente.
Para mim, ter a companhia dela foi um fator tranquilizante, por incrível que pareça. Foquei no fato de que ela precisava de mim e até esqueci de sentir medo.

Me concentrei na respiração nas decolagens e ela dormiu antes de o avião subir nas duas ocasiões.

No intervalo entre os dois vôos nos curtimos muito.




Minha filha, que até 10 dias atrás era bem bebê, teve que aprender a ter certa autonomia e a confiar ainda mais em mim. Ela precisou aprender que eu estava atrás daquela porta e que eu só sairia de lá de tempos em tempos ou apenas se fosse realmente necessário. Ficou super bem sem mim, talvez até melhor do que eu sem ela...

Aprendemos a brincar juntas e foi revelador pra mim perceber que antes apenas nos fazíamos companhia, mas raramente brincávamos juntas. Gostei de espalhar brinquedos, interpretar personagens, repetir quantas vezes ela quisesse as mesmas brincadeiras, de fazê-la gargalhar e ver os olhinhos brilhando de alegria. Sentia que éramos nós duas (e éramos mesmo!) e que não poderia haver companhia melhor do que a dela pra aquela situação transformadora pra mim.

Conhecemos pessoalmente pessoas das quais só sabia da existência virtualmente. E foi muito bom. Ter um pai e um outro bebê junto com ela me deixou mais confiante. E pessoas incríveis cuidaram dela enquanto eu me esforçava para assistir aula mesmo ouvindo as gracinhas ou choros dela.

Ela deu dois passinhos na minha direção, levantou e ficou em pé sozinha por 7 segundos, voltou cheia de novos sons e palavras que ainda não compreendemos, seus cachinhos cresceram, ela esticou, eu a amo muito mais e já amava tanto que era difícil imaginar esse amor maior. E foi tudo muito bom!

Mas melhor mesmo foi voltar pra casa. Ver a alegria dela pelo reencontro com o pai, com a dinda, com o lugar dela. Risadas enormes e uma ida espontânea para o bercinho, foi tudo muito fofinho. Eu e ela somos outras pessoas...
Obrigada, Gabi, Gi, Felipe e tia Dalila. Vocês foram totalmente excelentes!
Beijo, me liga!

quinta-feira, 19 de maio de 2011






Não há nada de preciso, exato, em fazer gente.

É a maior dinâmica, nada acontece como o “previsto” e a gente, que vive de olho no relógio, contando os minutos e controlando o tempo, experimenta um monte de inseguranças que a falta de controle pode trazer.

Quando eu estava grávida, nada me afligia mais que não saber. Não saber se era verdade, não saber onde encontrar a verdade, não saber se minha intuição estava certa e um monte de outros não saberes.

Não saber me levou ao desfecho que minha gravidez teve, com uma cirurgia desnecessária da qual eu certamente poderia ter escapado. Se eu soubesse...

Há diversas fontes com inúmeros dados descrevendo as melhores evidências científicas que comprovam que parir naturalmente é muito mais saudável e menos arriscado que ter um parto cirúrgico, mas EU NÃO SABIA desses dados.

Eu sei que para algumas pessoas pode ser difícil entender (embora pra mim seja simples assim) que nem todo mundo SABE que pode contra-controlar. É por isso que esse nem todo mundo coloca nas mãos dos médicos, dos maridos, das mães, das sogras, as decisões. Porque essas pessoas supostamente sabem, por experiência ou instrução educacional, e aproveitam seu saber para controlar... o incontrolável.

Daí que os partos cirúrgicos desnecessários chegam aos índices absurdos que conhecemos hoje no Brasil. Daí que muitas mulheres acham que por ter passado por um parto cirúrgico estão condenadas a outros partos cirúrgicos. Ou menos grave, mesmo tendo tido partos vaginais frank, não sabem que parir pode ser ATÉ prazeroso, entre milhares de outras coisas que elas também não sabem.

Acreditar que é possível não só é importante, como é fundamental. Mas, mesmo acreditando, a pressão social ainda é grande o suficiente pra derrubar crenças e perpetuar uma prática cruel que impede o protagonismo feminino no seu momento mais sublime que é o de dar à luz. Por isso é importante conhecer os dados que falam a seu favor: para CONTRA-CONTROLAR!

Argumentos vazios não movem moinhos! :D isso, não hesito em olhar pros dados. Nem que seja pra criticar e buscar novos caminhos. Decisão informada é decisão consciente, minha gente!

Quando respondemos aos medos mais simplórios de outras mulheres com indiferença (mesmo que transbordando de boas intenções), estamos alimentando inseguranças e privando aquela mulher de ter informações que podem deixar claro pra ela que YES, WE CAN!

Porque aí parece achismo, capricho, teimosia. Ignorar os medos de uma mulher e esperar que ela acredite em nós é parecido com o que os MEN IN WHITE fazem a torto e à direita e a gente acha feio. Nesse caso, estamos só transferindo a tutela e empoderamento que é bom, necas!

sábado, 26 de março de 2011

Radicalidades

Ultimamente tenho evitado assistir jornal. Muita desgraça no mundo...

Não tolero mais isso!

Aliás, eu hoje tô afim de falar sobre tolerância.

Numa semana em que um monte de gente resolveu falar sobre isso, eu fui mordida pelo bichinho da intolerância contra os intolerantes!

O que é quase um problema de lógica e que faz com que eu não aguente a mim mesma.

A maternidade me fez conhecer um mundo onde é preciso lutar pelas coisas. Aquele papo de “deixa a vida me levar” não serve mais pra mim. Eu não quero passar pela vida. Eu quero viver, fazer a minha história, construir. Não apenas sonhar.

Isso me faz ter posicionamentos às vezes contrários aos posicionamentos da maioria das pessoas que eu conheço, o que me torna – aos olhos deles – radical.

Tomar consciência da matrix sem sair completamente dela é difícil...

Difícil porque continuamos convivendo com gente que não tem o mesmo olhar, e o exercício da tolerância é o mais cruel e árduo de todos.

Muitas pessoas que percebem a necessidade de lutar a partir da maternidade, assumem o posicionamento de que as pessoas que não compartilham das suas escolhas não merecem respeito, ou são preguiçosas, incapazes, limitadas... e por isso as xingam publicamente, não medem as palavras desaforadas na hora de dar a sua opinião a respeito do posicionamento da pessoas e – às vezes – até da própria pessoa. Elas não toleram...

E convivendo com um número de pessoas assim, eu me faço muitos questionamentos sobre o que eu quero ensinar pra minha filha sobre como devemos tratar as outras pessoas. Sobre respeitar as diferenças, sobre como defender o seu ponto de vista. Como mãe, eu nem consigo imaginar minha filha sendo destratada por quem quer que seja por ter uma postura diferente.

Já pensou? Minha filha pagã, de pai ateu, mãe agnóstica, indo pra escola e ficando de castigo porque não sabe a ave-maria? Incabível!

Como psicóloga, tenho cada vez mais clareza de que inúmeras razões podem conduzir uma pessoa a agir de uma ou outra maneira e aquilo ser o melhor que ela tinha condições de fazer naquele momento. Ao invés de jogar pedra por ela não ter ido tão longe quanto eu gostaria, eu preciso fortalecer o repertório comportamental mínimo que permitirá que ela avance no futuro. Isso dá trabalho, precisa ser feito de uma maneira muito positiva e com muito cuidado e carinho... Afinal, é um ser humano! São suas emoções, é a sua história... Cada um tem a sua!

Como o ser humano do outro lado, eu me esforço para agir assim também. Observar, analisar, compreender as limitações alheias, mesmo quando essas mesmas limitações me deixam surpresa, chateada, contrariada nos meus ideais. Se eu puder ajudar, se me for pedida ajuda, estou lá! Se não, entendo que aquela não é minha história e que eu gastaria uma energia preciosa comprando uma briga desnecessária.

E eu preciso dessa energia para amar minha filha, para amamentá-la por mais uns 14 meses, para crescer com meu marido, para beijar na boca, para ser feliz e para ajudar pessoas que precisam de mim. Não sou infalível, nem perfeita. É claro que eu faço julgamentos, mas meus julgamentos são apenas a MINHA opinião e como tal, eu as guardo pra mim. Já sucumbi à tentação do julgamento alheio e percebi que isso não me levaria a lugar nenhum.

Desrespeitando os outros eu apenas conseguiria desrespeito. E eu quero que minhas bandeiras sejam respeitadas, não ridicularizadas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Parir deve ser bom!


Estou emperrada na confecção de alguns topos de bolo, doida pra terminá-los e fazer outras coisas, mas eles não saem...
Alguém me disse que esses noivinhos estavam "um parto" e eu parei pra pensar...
Só se for uma cesariana, né? Porque ô partinho escroto! (desculpem o palavrão!).
Deve ser por isso que a mulherada tem medo de parir. Parto está sempre associado com sofrimento, dor, contrariedade, peleja. Não que um parto natural seja fácil ou não seja batalhado, eu sei que pode ser bem difícil parir. Mas eu que tive um parto roubado fico me perguntando quão maior que qualquer esforço deve ser a satisfação de parir um filho...
Esses noivinhos estão uma cesariana! Isso sim!
Estar com a Clarice, grudada em mim, dificultando a fluidez do trabalho, cansando meus braços, mas me fazendo carinho, aprendendo a me dar muito beijinho e cada dia mais linda e saudável, isso sim deve ser um parto! Que delícia de sacrifício!
Eu às vezes sonho que estou parindo. Minha imaginação é fértil, porque eu nunca pari e nem sei se um dia irei (assunto pra outro momento). O que importa é que é sempre um sonho bom!
Quando será que eu vou parar de falar na maldita cesariana, né? Que saco de mulher chata e repetitiva dos infernos eu tô me tornando!
Mas é isso aí... quando se faz gente de vez em quando é preciso lidar com frustrações e dificuldades.
Quem sabe quando eu finalmente terminar essas peças não mudo de assunto?!
Beijo me liga,
Mi.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Fábula da Mãe Moderna


Há menos de um ano me tornei mãe. Na verdade eu acho que aniversários deveriam ser contados na data da concepção. Minha filha, por exemplo, está a poucos meses de completar 2 anos de concebida. O único problema do registro é a falta de precisão...
Bom, mas conta-se da data do nascimento.
Então vamos falar do nascimento... Não foi extraordinário, não. Pra ser sincera, desde que engravidei ainda não experimentei qualquer sensação espetacular, ao estilo Madame Bovary. Digo, os arrebatamentos.
Até hoje só senti felicidade. E muito amor! O amor mais tranqüilo que se pode imaginar...
Minha filha nasceu por uma cirurgia, em minha opinião, totalmente desnecessária e eu honestamente não tenho tantas lembranças daqueles dias. Lembro da carinha dela quando a deitaram no meu peito. Lembro da felicidade. E de muito amor.
Para mim, ser mãe é natural. Assim como deveria ser parir.
Eu defendo o parto ativo, o direito da mulher, o direito do bebê de escolher o momento de nascer e o escambal. Mas, sobretudo, eu defendo que o nascimento e o início da vida sejam naturais. Acho que eu sou uma mãe ultrapassada...
Convivendo com outras mães que passaram pela mesma cirurgia desnecessária que eu, tenho percebido um estilo de maternidade meio grotesco: a mãe moderna.
A mãe moderna é aquela mulher que fez tudo ao contrário até achar um grupo receptivo que defende valores que ela se esforça para “entubar” e ganhar a carteirinha do clubinho. Para ela, parir – por exemplo – é uma questão de status.
Amamentar, então, a colocaria num nível superior a todos os pobres mortais.
Ela não admite erros!
A mãe moderna planeja, espera, se antecipa, tem tudo estrategicamente sob controle. Inclusive a naturalidade do nascimento. “Descole as membranas, doutor, essa criança precisa nascer até sexta-feira!”, diz ela. E se não nasce de um parto normal, lá está ela com os braços amarrados à mesa de cirurgia, sorrindo para a foto.
Imaginativa que é, planeja tudo de acordo com a idéia que tem sobre como será o álbum de fotografias. Quer ser doula, porque está na moda e ela precisa “engajar-se”.
Tem tudo na ponta da língua, como se viver fosse uma ciência e está pronta a corrigir o menor vacilo. Afinal, mãe moderna que se preza não dorme no ponto, transforma-se em uma obstetra de plantão!
O pen drive da mãe moderna é cheio de imagens de grávidas famosas usando seus trajes da moda, prontos para serem copiados em tamanho EG, porque a mãe moderna acha que a maternidade justifica qualquer descuido consigo mesma, afinal, ser mãe é padecer no paraíso.
Já leu todos os livros do Dr. González, em espanhol mesmo, e até hoje está em busca do significado da palavra embarazada.
Defende a amamentação exclusiva com unhas e dentes e por isso mesmo faz lindas fotos amamentando. Um super sorriso para o fotógrafo e... aff, ninguém nuca contou à ela que amamentar pode ser dolorido. Então ela rapidamente reconhece quando seus peitos secam e mais rapidamente ainda considera que as fórmulas existem para salvar seu filho da desnutrição.
A mãe moderna é tão precavida que tem os melhores profissionais do país inteiro à sua disposição, antes mesmo de planejar a gravidez. Pra ela, nascer é um a-con-te-ci-men-to espetacular e ela não deixa de providenciar comes e bebes para as visitas, lembrancinhas de toda a ordem e, claro, o fotógrafo de plantão. O que será daquele momento sem uma foto?!
E assim ela segue, fazendo da maternidade um compromisso social.
Diante da mãe moderna, o que sou eu? Pobre mulher que não pariu, que às vezes se sente insegura sobre os cuidados com a filha, que amamentou exclusivamente até bem perto dos 6 meses, que não tem fotos bonitas registrando o nascimento da filha, que comete erros...
Eu sou mesmo uma mãe muito ultrapassada!
Mas acho que estou satisfeita com a minha condição. Meu álbum de fotos é pobrezinho, mas a minha vida é cheia de felicidade. E de muito amor!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

8 meses!


Hoje minha filha completa 8 meses e eu resolvi postar pela primeira vez aqui.

Embora o espaço já existisse, estava vazio, à espera de inspiração.

O blog se chama “Eu faço gente”, porque – de fato – é o que
eu faço... Faço gente de biscuit. E há uns 15 meses “descobri” que faço gente de carne e osso também. No caso dessa “gentinha” que hoje completa 8 meses, carne, osso e muito fofurice!


Essa semana fiz um casal de noivinhos pra uma menina que me pareceu super bacana. Esse casalzinho aí em baixo.


Fiz com o maior carinho, porque os noivos têm aquele ar de casal que vai dar certo e eu fiquei super na torcida pela felicidade deles. Casam amanhã e um dia, quem sabe, farão gente também!

E olha, eu que convivo há 8 meses com a gente mais especial que já fiz, posso dizer com toda a certeza absolutamente absoluta, que nada é mais gratificante, encantador, emocionante, gostoso, feliz, radiante, cativante, surpreendente, energizante, grandioso que fazer gente de carne e osso.

Tô olhando pra ela dormindo e pensando: como eu consegui fazer a gente mais perfeita de todas??? Pelo menos na minha opinião ela é!

Faço gente vendo tv, vendo cinema, pescando, torcendo por futebol, dançando, beijando na boca... E vi, enquanto isso, minha filha sorrir, gargalhar, sentar, tentar engatinhar, balbuciar, chamar mamãe... Chamar mamãe foi demais! É de chorar de emoção!

Outras gentes virão... E outras novidades da minha "gentinha" virão também.

Parabéns, filhota, pelo seu mesversário!

Mamãe te ama!