quinta-feira, 19 de maio de 2011






Não há nada de preciso, exato, em fazer gente.

É a maior dinâmica, nada acontece como o “previsto” e a gente, que vive de olho no relógio, contando os minutos e controlando o tempo, experimenta um monte de inseguranças que a falta de controle pode trazer.

Quando eu estava grávida, nada me afligia mais que não saber. Não saber se era verdade, não saber onde encontrar a verdade, não saber se minha intuição estava certa e um monte de outros não saberes.

Não saber me levou ao desfecho que minha gravidez teve, com uma cirurgia desnecessária da qual eu certamente poderia ter escapado. Se eu soubesse...

Há diversas fontes com inúmeros dados descrevendo as melhores evidências científicas que comprovam que parir naturalmente é muito mais saudável e menos arriscado que ter um parto cirúrgico, mas EU NÃO SABIA desses dados.

Eu sei que para algumas pessoas pode ser difícil entender (embora pra mim seja simples assim) que nem todo mundo SABE que pode contra-controlar. É por isso que esse nem todo mundo coloca nas mãos dos médicos, dos maridos, das mães, das sogras, as decisões. Porque essas pessoas supostamente sabem, por experiência ou instrução educacional, e aproveitam seu saber para controlar... o incontrolável.

Daí que os partos cirúrgicos desnecessários chegam aos índices absurdos que conhecemos hoje no Brasil. Daí que muitas mulheres acham que por ter passado por um parto cirúrgico estão condenadas a outros partos cirúrgicos. Ou menos grave, mesmo tendo tido partos vaginais frank, não sabem que parir pode ser ATÉ prazeroso, entre milhares de outras coisas que elas também não sabem.

Acreditar que é possível não só é importante, como é fundamental. Mas, mesmo acreditando, a pressão social ainda é grande o suficiente pra derrubar crenças e perpetuar uma prática cruel que impede o protagonismo feminino no seu momento mais sublime que é o de dar à luz. Por isso é importante conhecer os dados que falam a seu favor: para CONTRA-CONTROLAR!

Argumentos vazios não movem moinhos! :D isso, não hesito em olhar pros dados. Nem que seja pra criticar e buscar novos caminhos. Decisão informada é decisão consciente, minha gente!

Quando respondemos aos medos mais simplórios de outras mulheres com indiferença (mesmo que transbordando de boas intenções), estamos alimentando inseguranças e privando aquela mulher de ter informações que podem deixar claro pra ela que YES, WE CAN!

Porque aí parece achismo, capricho, teimosia. Ignorar os medos de uma mulher e esperar que ela acredite em nós é parecido com o que os MEN IN WHITE fazem a torto e à direita e a gente acha feio. Nesse caso, estamos só transferindo a tutela e empoderamento que é bom, necas!

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